Reflexões num posto de abastecimento de combustível em tempo de "crise energética"
Chegámos às 23:30h... dois carros à nossa frente para abastecer num posto da A22.
Pensámos "isto está a correr bem, vai ser rápido". Estranhámos, no entanto, quando vimos uma fila de pessoas junto à caixa. Um olhar mais atento permitiu-nos ver que nenhum dos carros, em cada uma das 6 bombas, estava a abastecer. Intrigados, aproximámo-nos da caixa de pagamento, engrossando a fila. O sistema eletrónico tinha bloqueado as bombas e aguardava-se que fosse reposto.
Porque é que isto aconteceu?... perguntam vocês... ingenuidade, problema informático ou azelhice?
Chamado o supervisor do posto de abastecimento o problema persistia e depressa se percebeu que era azelhice.
Para estupefacção de alguns (nós incluídos), vimos que havia condutores cujos carros estavam no fim da fila e que iam em passo acelerado para a caixa para garantir... e assegurar sem sombra de dúvida o seu abastecimento (já que não podiam encher os jerricans que traziam nas malas dos carros) esquecendo-se do óbvio, (até para um miúdo) isto é que só poderiam abastecer depois de todos os carros à sua frente o terem feito... ainda não se ultrapassa nas bombas de gasolina.
Foi a confusão geral. Azelhice de quem? Do chico espertismo serôdio de alguns condutores ou do funcionário de serviço que aceitava o pagamento de qualquer um, independentemente do lugar que ocupava na fila.
Ajuíze por si, caro leitor.
Este episódio levou-nos a refletir sobre a falta de nexo do que estava a acontecer. Seria uma questão de "falta de escola"? É certamente, pois os currículos têm andado desfasados da realidade como se comprova amiudadas vezes. Isto mostra bem o gap que existia e perdura entre a escola e a sociedade. Por muito que o poder político culpabilize a classe docente, são os políticos os responsáveis pela política educativa, ontem como hoje.
A opinião não deve sustentar-se no "parece que", no "achismo vago" e cada um de nós tem o dever de PENSAR, leia-se refletir com base em dados concretos e a partir de uma visão global e abrangente dos factos.
Preocupa-nos que os jovens não sejam ensinados e que a azelhice se repita ciclicamente sem que as instituições e as políticas que as norteiam respondam a estas urgências.
Absolutamente estúpido e caricato... nada justificava aquilo que estávamos a experienciar. Em circunstâncias normais em 5 minutos teríamos abastecido. Não fora o país estar "em crise energética" e nada disto tinha acontecido, o que mostra o caos que os políticos criam com recomendações alarmistas que têm um efeito quase devastador nos que não foram ensinados a PENSAR.
PS. Só conseguimos abandonar o posto de abastecimento à 1:36 da madrugada. Assim se desperdiçou uma noite de férias no Algarve.
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