Agarrados ao ecrã
Desliga-te, Fónix!
No areal, entre banhos na água fria e uma caminhada prolongada, a conversa levou-nos para um tema cada vez mais recorrente no mundo atual.
A dependência dos ecrãs.
Basta levantar o olhar para verificarmos que a maioria dos veraneantes vive agarrado ao ecrã. Ora uns, ora outros, todos.
Lembrámo-nos de um casal amigo e do desabafo da Maria, falando do companheiro, "Este homem, sempre que me viro na cama, está agarrado ao ecrã." e acrescenta "Eu não me atrapalho e agarro-me ao meu". E assim vivem, juntos, mas separados.
O que pensa disto, amigo leitor?
Acreditamos que a nossa sociedade está a intensificar este problema, com consequências, que ainda não conseguimos prever, nas relações humanas.
É recorrente encontrar nos restaurantes, cafés e, até nos bares, pela noite dentro, crianças agarradas ao ecrã, enquanto os pais comem ou bebem um copo, sem largar de vista o pequeno aparelho.
Este pensamento leva-nos de volta ao casal amigo que, ao invés de apreciar os momentos que a vida lhes proporciona, os gravam para partilhar ou transmitir em direto nas redes... mais preocupados em mostar (-se) do que em viver.
É aqui que estamos e assim que somos, gentil amigo.
Somos uma ilusão para o outro, feita de imagens postadas de sítios onde nunca fomos e de gostos de gente que não conhecemos.
Somos uma sociedade agarrada ao ecrã.
E se o Humano é aquilo que sente, o que vê, o que vive, então, caro leitor, será que somos isto? Cada vez mais uma ilusão?
E os nossos jovens, que crescem com este modelo, no que se tornarão?
Fónix! Vivemos numa sociedade do 8 ou do 80! Este paradoxo espanta-nos, pois temos tudo ao alcance de um clique, mas tudo perdemos, enredados na doce ilusão que nos move.
O pôr do sol atrai a nossa atenção. Lindo!
Fónix! Pegamos no telemóvel, levantamo-nos, acercamo-nos da ria e pimba! Já está! Postamo-la de imediato e... venham os gostos e os comentários!... Que maravilha!
PS. Fónix! Estamos agarrados!
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